terça-feira, 5 de agosto de 2008

EDGAR ALLAN POE


por Fernando Antonio Lomardo

EDGAR ALLAN POE é um espetáculo que transfere para o palco o impacto violento e condensado do genial autor norte-americano. Verdadeiro precursor do pensamento dos séculos XX e XXI, criador do gênero policial, precursor da ficção-científica, investigador acurado da psicologia, Poe deixou uma obra que reúne ficção, poesia, crítica, ensaios, filosofia e correspondência. Tinha também perfeita noção, já na primeira metade do século XIX, do princípio que o contista (e boxeador amador) Júlio Cortazar iria enunciar mais de cem anos depois: “Se o romance pode se dar ao luxo de vencer o leitor por pontos, o conto tem que fazê-lo necessariamente por nocaute”.

Portanto, a adaptação vai buscar a teatralidade sem alterar a trajetória original dos contos, intercalando-os com outras modalidades de texto que expressam a síntese do pensamento de Poe. Na interpretação, o uso do exercício de transição permite que um único ator circule por todas as personagens, sem troca de figurinos ou apoio de maquiagem.

O espetáculo é dividido em quatro blocos:

1 – O coração humano: trechos de cartas e ensaios revelam o desafio e o
desespero de conhecer a si mesmo.

2 – O coração delator: um assassinato sem causa aparente, e a culpa de um
homem levando-o à alucinação.

3 – O demônio da perversidade: a natureza perversa do homem é comentada
com o sarcasmo típico de Poe.

4 – O barril de amontillado: a pavorosa história de uma vingança fria e
implacável.



Adaptação, direção e atuação: FERNANDO LOMARDO

Iluminação e operação de luz: BRUNO d’OLIVEIRA

Sonoplastia e operação de som: ISADORA LOMARDO

HOMENS DE LUA


Dois homens se encontram na mata fechada. Não se conhecem e não vêem motivos para serem gentis. O diálogo, a princípio desconfiado, torna-se mais franco em função do fumo de rolo e do café sem coador. As histórias se sucedem e se intercalam, formando um painel intrigante e misterioso. Uma energia sobrenatural atravessa a escuridão. Alguma revelação se dará nesta noite.

A lua é cheia, e a sorte derradeira pode ser só tua. O homem sempre destrói aquilo que lhe é mais querido.

Hoje é sexta-feira 13.

Escrito por Eliézer Filho em 1989, Homens de lua é o perfeito exemplo de uma dramaturgia alimentada pela riqueza do folclore brasileiro. Desenvolvido com uma estrutura que mescla a contação de histórias com o inquérito policial, o texto se desenrola em crescente tensão até a surpreendente revelação final.
A montagem da companhia Quatro Asas visa privilegiar a conjunção entre o real e o fantástico, admitindo a existência concreta de seres imaginários. Luzes indiretas, contrapontos musicais e pássaros noturnos comporão o ambiente solene dessa realidade ao mesmo tempo trágica e poética.

texto de ELIÉZER FILHO

com BRUNO DE OLIVEIRA e MOISÉS AMENO

uma produção Quatro Asas

Iluminação e sonoplastia: JOYCE CAUS
Música original: MAURÍCIO TOCO

Encenação: FERNANDO LOMARDO