por Fernando Lomardo
O PT colocou no mínimo oito milhões,
duzentos e cinquenta mil nas ruas, nesta sexta-feira 18 de março. Oito milhões,
duzentos e cinquenta mil reais. Em números, R$ 8.250.000,00. É a conta mínima,
se considerarmos os números da Polícia Militar de que a facção vermelha reuniu
275.000 militantes em várias cidades. Como todos já sabemos, com exaustão de
provas, que cada um destes recebeu 30,00 (trinta reais) para sacudir
bandeirinhas e gritar palavras ensaiadas, temos como resultado em moeda sonante
o valor mínimo calculado acima.
Repito, porém, que esse é o valor MÍNIMO:
contabiliza apenas o que os mortadelas receberam de cachê. Mas temos que
incluir na conta o aluguel dos ônibus, o custo com os lanches, a montagem de
palcos e seus respectivos técnicos, o cachê de artistas e, claro, as despesas
com jatinhos para Lula, que só viaja de táxi aéreo. A conta final ultrapassará,
certamente, algumas dezenas de milhões de reais. Tudo com o seu
dinheiro, amigo contribuinte. Com o nosso dinheiro. Com dinheiro
PÚBLICO.
Como revelei em meu artigo anterior,
disponível aqui no blog, foi isso que o ministro Nelson Barbosa foi fazer duas
semanas atrás, ao se reunir com as facções do banditismo petista. Garantir a
distribuição de dinheiro público para a encenação do ato forjado. Agora quer
mexer em dinheiro do Banco Central, para comprar mais militância, sob o
argumento de que quer crédito para empresários.
Enquanto isso, enquanto o queijo continua
sendo roído pelos ratos, aqui, do lado iluminado da Lua, uma imprensa ética
oferece o contraditório: noticia manifestos enganosos, fotografa protestos de
araque, dá espaço para artigos em jornais. Tudo sob o princípio do jornalismo
isento. Está certo. E então, os ratos mandam seus arautos.
Já foi impressionante, irritante, chegou mesmo
a gerar indignação, a desfaçatez dos que se renderam às benesses do PT. Mas
tudo isso, hoje, não passa de risível. Não me refiro a políticos, sejam
executivos ou parlamentares, meros capachos dessa coligação de fisiológicos
profissionais. Refiro-me a gente que assina os referidos artigos e não tem
vergonha de se dizer jurista, sociólogo ou professor de direito. Gente que
deveria optar entre dar-se o respeito de sua profissão ou vestir uma camisa
vermelha e um bonezinho do MST. Não é apenas pela militância explícita. O
primarismo dos argumentos dessa gente gera constrangimento no leitor mais desinformado.
Qualquer analfabeto funcional é capaz de perceber que as vociferações contra a
Lava-Jato, contra o juiz Sérgio Moro, contra a Procuradoria Geral da República,
contra os inúmeros processos judicialmente impolutos e tecnicamente
irretocáveis que revelam progressivamente a vertiginosa criminalidade do
governo, qualquer ignorante percebe que esses xingamentos são fruto de qualquer
coisa, menos de um juízo racional ou de um parecer técnico. Cegueira,
fanatismo, oportunismo, hipocrisia, seja lá. São argumentos que não resistem à
brisa da análise mais superficial. Não se pode defender o indefensável. O que
já estava escancarado, agora arrebentou-se de uma vez. Os grampos telefônicos
dão corporalidade ao que antes estava quase que só no papel. Como num filme de
Coppola, ouvimos a voz da máfia. E ela mandava dar porrada – pra dizer o
mínimo.
Torcemos todos para os passos finais. As
ruas têm mostrado o que querem – de certa maneira, os protestos espontâneos da
quarta-feira da nomeação infame foram até mais espetaculares que os do domingo,
porque não tiveram sequer convocação. Naturalmente as pessoas saíram de casa e
do trabalho para gritar sua justa revolta contra o crime. Algumas instituições
têm agido com a firmeza e a correção exigidas pelo momento. A Câmara tenta
acelerar sua decisão mais aguardada dos últimos 13 anos. E o Supremo tem agora
seu dever mais solene.
Quando a plenária se reunir para julgar a
ação deferida por Gilmar Mendes, espera-se a soberania e a serenidade tão
propagadas por Teori Zavascki em seu último pronunciamento. A verdadeira
autonomia. Não importa que ele tenha criticado indiretamente o juiz Sérgio
Moro. Sabemos que o magistrado paranaense incomoda a quase todos os juristas do
país, por seu preparo, competência e retidão. Mas espera-se que a última
instância da Justiça brasileira julgue de acordo com a lei e elimine
definitivamente a grande farsa do PT. Veremos nesse julgamento se o deboche do
Planalto será arrancado pela raiz – ou se a mais alta Corte do país legitimará
as declarações telefônicas do barraqueiro do triplex do Guarujá.